Serra Preta: Prefeitura tenta explicar fiasco da gestão mas omite aumento de receita

Vídeo circula nas redes sociais e foi gravado no início da semana, mas esconde que, este ano, a receita está mais de R$ 12,5 milhões maior que 2024

A administração municipal de Serra Preta, cidade na Bacia do Jacuípe a 168 km de Salvador, que não consegue inaugurar uma obra relevante nem mesmo de médio porte desde 2021, tenta explicar o inexplicável, principalmente com a arrecadação (verba que entra nos cofres do município) em relação as despesas.

Fala que precatórios e sequestro de verbas impõem dificuldades ao trabalho que prometeu em campanha desde 2020, mas que não realiza por simples incapacidade e inapetência gerencial. As falas no vídeo não são exatas nem mostram números.

Entendam

Entre os anos de 2024 e 2025, Serra Preta recebeu somente de transferência federal, de impostos que paga cada cidadão serra-pretense, baiano e brasileiro a todos os Municípios, mais de 21% (vinte e um por cento), contra uma inflação de pouco mais de 5,2% (cinco virgula dois por cento), ou seja, em números redondos R$ 12.533.751 até setembro ou R$ 1.392.639 por mês a mais, conforme dados extraídos do Demonstrativo do BB, que todo brasileiro tem acesso no link:

Ainda falta contabilizar a receita própria que é de IPTU e ISS recolhidos pelo serra-pretense que, em 2024, foi de R$ 5.163.566,81, uma média de R$ 430 mil. Então, até entrou nos cofres de Serra Preta em torno de R$ 3.872,675.

Abaixo podemos ler renda mês a mês nos anos citados, assim como o que já foi descontado de débitos da Prefeitura. Importante frisar que os números do lado esquerdo são o que caiu liquido no cofre da cidade e, do lado direito, o que foi debitado antes do depósito.

Assim, de acordo com o dito no vídeo, se há um desconto em torno de R$ 650 mil (seiscentos e cinquenta mil) por mês de precatório trabalhista, que não dá para identificar de qual gestão foi porque está em segredo de justiça, há uma sobra de mais R$ 742 mil a mais a cada mês, se é que ambos ocorrem todos os meses.

A falta de professores e auxiliares de classe, de remédios e profissionais na área da saúde, carro escolar e o caos na marcação de exames, além das obras inacabadas do estádio, dos quiosques no mercado e da UBS, no Ponto, são evidentes ineficiências de quem promete, não cumpre e que dar explicação.

Receita entre janeiro e setembro de 2024

7.309.785,50 – 1.355.142,54

6.270.601,65 – 1.418.988,31

5.376.930,51 – 1.607.723,26

5.900.862,35 – 1.278.844,29

6.397.840,75 – 1.940.916,02

6.699.663,94 – 1.484.711,08

6.909.219,22 – 1.119.084,71

6.197.181,19 – 1.307.327,04

6.244.481,18 – 1.172.794,24 – 11.406.686

Crédito e desconto totais entre janeiro e setembro de 2024

R$ 46.838.844 – 11.406.686

Ano 2025

8.884.055,70 – 1.446.479,24

8.444.763,13 – 1.842.296,65

5.136.035,91 – 1.281.879,07

6.725.324,96 – 1.361.319,51

7.682.387,36 – 2.259.656,67

7.801.257,46 – 1.865.092,92

7.809.008,08 – 1.409.884,23

7.049.198,43 – 1.638.375,54

7.649.576,70 – 1.478.601,24 – 14.605.320

Crédito e desconto totais entre janeiro e setembro de 2025    

R$ 59.372.595