Inema celebra 15 anos do Parque e do Refúgio da Serra dos Montes Altos | SECOM

O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) celebra, na próxima terça-feira (28), os 15 anos do Parque Estadual da Serra dos Montes Altos (PESMA) e do Refúgio de Vida Silvestre da Serra dos Montes Altos (REVISMA). O evento será realizado na Câmara de Vereadores de Guanambi e reunirá autoridades, representantes de instituições parceiras, pesquisadores e comunidade local.

Criado a partir de uma demanda popular, o Parque Estadual da Serra dos Montes Altos tem como principal objetivo assegurar a conservação da biodiversidade regional, garantindo condições adequadas para a sobrevivência da fauna de mamíferos, com ênfase no cachorro-vinagre (Speothos venaticus), espécie ameaçada de extinção. Já o Refúgio de Vida Silvestre, instituído em 2010 e integrado ao PESMA, está localizado no sudoeste da Bahia, em uma importante zona de transição entre os biomas Caatinga e Cerrado, contribuindo para a preservação da rica fauna e flora locais.

Além de seu valor ecológico, a região abriga um expressivo patrimônio arqueológico. Os sítios arqueológicos localizados no PESMA e REVISMA registram diversas ocupações humanas que remontam a aproximadamente 12 mil anos antes do presente. As pinturas rupestres encontradas na área fazem parte da Tradição Nordeste e representam uma das mais antigas formas de expressão artística conhecidas. Produzidas com pigmentos minerais, como óxidos de ferro e manganês, as cores predominantes são vermelho, preto, branco e amarelo. As representações incluem formas geométricas, antropomórficas, zoomórficas e fitomórficas, revelando aspectos culturais e simbólicos dos povos antigos.

Entre os achados, destaca-se ainda um sítio arqueoastronômico datado de cerca de 3 mil anos, aldeamentos da Tradição Aratu provavelmente ocupados no século XII e sítios históricos dos séculos XVIII e XIX, que testemunham a longa e rica trajetória de ocupação humana na região.

A diretora de Sustentabilidade e Conservação do Inema, Jeanne Florence, ressaltou a importância da Unidade de Conservação como um espaço estratégico para a proteção da biodiversidade e para a valorização do patrimônio histórico e cultural. “A preservação dessas áreas é essencial para manter o equilíbrio ambiental e garantir qualidade de vida para a população”.

O gestor do Parque e do Refúgio, Lailton Fernandes, destacou que a conservação do território permite não apenas proteger espécies ameaçadas e ecossistemas únicos, mas também salvaguardar registros arqueológicos que ajudam a compreender a história da ocupação humana no semiárido baiano.

“O Parque e o Refúgio da Serra dos Montes Altos são unidades criadas por demanda da comunidade local, com o objetivo de proteger a biodiversidade e os recursos naturais da região, que abriga ecossistemas de transição entre a Caatinga e o Cerrado, além de inúmeras cachoeiras, nascentes e formações geológicas. Já catalogamos cerca de 150 cachoeiras e diversos sítios arqueológicos e arqueoastronômicos, incluindo pinturas rupestres e casas de pedra pré-coloniais”.

As unidades também são refúgio de espécies ameaçadas, como onça-parda, onça-pintada, jaguatirica e cachorro-vinagre, além de espécies endêmicas da flora regional. O Refúgio funciona como zona de amortecimento do Parque, e juntas as duas áreas somam cerca de 40 mil hectares de proteção ambiental.

Fonte: Ascom/Inema

 

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